O Conselho Deliberativo do Esporte Clube Bahia(ECB) vai conceder o Diploma do Mérito Esportivo 2019 ao vice-presidente da Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB), Marcelo Ramos. A honraria em homenagem aos relevantes serviços prestados ao clube no âmbito esportivo será entregue na cerimônia que será realizada no próximo sábado (17), às 9h30, no Hall de Camarotes da Arena Fonte Nova. Na mesma ocasião, o Diploma também será entregue a Henricão, zagueiro campeão brasileiro em 1959 enquanto o jornalista e escritor Nestor Mendes Jr e o ex-presidente do Conselho Deliberativo, Henrique Garcia de La Torre, receberão do ECB a Comenda Waldemar Costa.
Marcelo Ramos, sexto maior artilheiro da história do Bahia, teve duas passagens pelo time tricolor, a primeira de 1991 a 1994, com três títulos baianos conquistados no período, e a segunda em 2008. Foram 128 gols marcados pelo ECB. Além do Bahia, Marcelo atuou no Cruzeiro-MG, PSV-Holanda, Palmeiras-SP, São Paulo-SP, Nagoya Granpus-Japão, San Frecce Hiroshima-Japão, Corinthians-SP, Vitória-BA, Atlético Nacional-Colômbia, Atlético Goianiense-GO, Santa Cruz-PE e Atlético-PR.
Entre os títulos conquistados pelo ex-jogador, destacam-se: Campeonato Baiano (1991, 1993, 1994, pelo Bahia, e 2005, pelo Vitória); Campeonato Mineiro (1996, 1997, 1998 e 2003); Campeonato Holandês (temporada 1996-1997); Copa do Brasil (1996 e 2003); Copa Libertadores (1997); Recopa Sulamericana (1998) e Copa Sul-Minas (2001).
Atualmente, paralelamente à sua atuação como vice-presidente da Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB), Marcelo Ramos participa de torneios de futebol Master. Além disso, o eterno craque teve uma experiência recente como Auxiliar Técnico do Valério Doce Esporte Clube, em Minas Gerais, e se prepara para atuar na área técnica de outras equipes de futebol. Pela ACEB, Marcelo Ramos realizou uma grande Peneira em fevereiro deste ano, em Lauro de Freitas, a partir da qual dois grandes jovens talentos foram reconhecidos e encaminhados para testes em divisões de bases de grandes times brasileiros. Outros eventos semelhantes estão nos planos do ídolo.
Histórico – Em 1986, aos 13 anos, Marcelo Ramos participou de um “time” chamado “Várzea”, formado por colegas e vizinhos que, como ele, moravam na Avenida Vasco da Gama, em Salvador. Naquele ano, seu time disputou a Copa “Dente de Leite”. Embora o time infantil do Bahia tenha vencido o torneio, aquela competição abriu caminhos para o atleta, pois um “olheiro” do time vencedor o convidou para fazer um teste no Bahia, em que Marcelo foi aprovado e jogou por seis meses.
Após este período, o jogador preferiu se afastar porque preferia bater baba de rua com os amigos. “Naquela fase da minha infância, a disciplina dos treinos não me parecia interessante. Não tinha maturidade suficiente e não estava nos meus planos fazer do futebol a minha profissão até então”, contou. Entretanto, o atleta não podia fugir do seu destino e, aos 16 anos, já disputava torneios em equipes de “gente grande”. “Lembro-me que ainda adolescente fiz muitos gols jogando no ‘Juventude’, um time de adultos, em um campeonato no Sesc. A partir de resultados como esse, muita gente me aconselhava a voltar para o Bahia, mas eu ainda não estava muito certo do que eu queria. Eu também gostava muito de jogar vôlei na Associação Atlética da Bahia, onde acabei conhecendo o treinador de um time juvenil de futebol que, ao ver meu desempenho em campo, me incentivou a voltar para o Bahia”, recorda Marcelo.
Ao retornar para a divisão de base do Bahia em 1989, Marcelo logo se destacou e em uma semana já estava marcando gols pelo tricolor juvenil. Em 1990, ele passou para o Time de Juniores e em 1991, ainda aos 17 anos, teve sua primeira oportunidade de jogar no time principal do Bahia em um amistoso contra o time da Catuense, no qual marcou gols. Em 1992, já como titular, o jogador disputou seu primeiro campeonato brasileiro, aos 19 anos. Nos anos seguintes, como artilheiro do Campeonato Baiano, Marcelo vivenciou um dos momentos mais importantes de sua carreira, quando, em 1994, conquistou o Bicampeonato Baiano com mais de 100 mil pessoas na Fonte Nova, tornando-se o sexto maior artilheiro da história do clube, com 128 gols marcados.
Neste mesmo ano, durante o Brasileirão, seus muitos gols e alto rendimento chamaram a atenção do Cruzeiro, que comprou o passe do jogador em 1995. O “Flecha Azul”, como Marcelo ficou conhecido no time mineiro, venceu o Campeonato estadual e a Copa do Brasil no mesmo ano. Após passagem pelo PSV Eindhoven, da Holanda, em 1997, ele retornou à Toca da Raposa, onde consagrou-se campeão da Taça Libertadores das Américas. Após um período em Belo Horizonte, Marcelo foi contratado pelo Palmeiras e São Paulo. Em seguida, foi jogar no Japão. Quando retornou ao Brasil, voltou novamente ao Cruzeiro, onde acumulou, em suas três passagens, 162 gols, sendo o quinto maior artilheiro da história do clube.
Após outra passagem pelo Japão, Marcelo Ramos voltou ao Brasil para jogar no Corinthians e no Esporte Clube Vitória. Depois, jogou na Colômbia e, quando voltou, jogou pelo Santa Cruz, Atlético Paranaense e, novamente, no Bahia. No retorno ao clube tricolor, o craque foi um dos grandes destaques da equipe. Em seu retorno posterior ao Santa Cruz, onde já havia jogado em 2007, ele se sagrou, novamente, artilheiro do Campeonato Pernambucano. Em 2011, Marcelo encerrou a carreira profissional, jogando pelo Itumbiara de Goiás. De lá pra cá, tem recebido inúmeras homenagens, sobretudo como ídolo do Bahia, do Cruzeiro e do Santa Cruz.