A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) abriu inscrições para o Processo Seletivo de aluno regular do Curso de Pós-Graduação stricto sensu – Mestrado em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGEAFIN), com ingresso em 2019.1. O edital foi publicado no dia 1 º de novembro e está disponível neste link.
Os estudos africanos, indígenas e negros são interdisciplinares por natureza. Pensar unidisciplinarmente sobre estas questões limitaria o alcance científico de relações social e historicamente construídos, perdendo-se a complexidade que a temática exige. Ressalta-se que os estudos sobre cultura negra no Brasil foram construídos inicialmente por antropólogos, folcloristas, literatos; ou seja, o nascimento e permanência desses estudos possui uma trajetória marcadamente interdisciplinar. Na atualidade, além dos citados, podemos incluir dentre os campos de saber que há trabalhos sobre a temática na História, Sociologia e Educação.
O mesmo ocorre com os estudos sobre a temática indígena, onde as pesquisas mais recentes também assumem um caráter interdisciplinar, garantindo a ampliação das perspectivas de análise sobre os processos históricos vividos pelos povos indígenas, articulando teorias e métodos da História, Antropologia, Arqueologia, Educação, Pedagogia e de outras áreas do conhecimento, promovendo, sobretudo, um deslocamento do foco da análise do colonizador europeu para os indígenas, passando a identificá-los enquanto sujeitos sociais plenos. No caso da historiografia em particular, com essa perspectiva, houve a constituição da chamada “nova história indígena”, onde se reconhece a existência de uma geopolítica do conhecimento e um padrão de poder configurados historicamente desde os primeiros séculos da dominação portuguesa e a necessidade de uma reação a esse padrão hegemônico.
Por fim, os Estudos Africanos também reúnem, numa perspectiva interdisciplinar, diversas pesquisas nas áreas da História, Sociologia, Antropologia, Educação, literatura e Linguística. Os Estudos Africanos, enquanto área do conhecimento, nasceu a partir do caráter e natureza interdisciplinar da própria História da África, dispondo de diferentes elementos conceituais e características que agregam especificidades das áreas acima citadas, todas voltadas para o estudo e a compreensão do continente africano enquanto objeto central de pesquisa e reflexão.
Levando em conta todo esse processo de mudança, esse curso da Uneb visa uma interação com as novas políticas públicas no campo da educação, com o estabelecimento de ações afirmativas para os povos indígenas e os negros brasileiros, onde se destaca a criação das leis 10639/03 e 11645/08, que se apresentam como caráter inovador ao explicitar uma disputa política contra-hegemônica, exigindo a desconstrução de conceitos, noções e parâmetros interpretativos já consolidados nos estudos históricos e na educação sobre o continente africano, os povos indígenas e os negros brasileiros.
O Mestrado em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras da UNEB está vinculado à Unidade Acadêmica de Educação a Distância (UNEAD), aprovado pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) por meio da Resolução nº 1.859/2016, publicada no Diário Oficial do Estado em 10/05/2016, p. 25, autorizado pelo Conselho Universitário (CONSU) por meio da Resolução nº 1.303/2017, publicada no Diário Oficial do Estado em 17/10/2017, p. 16 e recomendado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Informações disponíveis no site da Uneb