Como toda criança, Giovanna, de 3 anos, adora desenhos animados. A surdez, porém, a limita a assistir apenas a desenhos com intérprete. Mas aí se cria um problema: ou presta atenção na intérprete que fica ali no cantinho da tela, ou foca na história. “Muita coisa ela assiste sem entender, essa é a verdade”, conta a mãe Paloma Almeida. Talvez por isso ela tenha ficado eufórica ao se deparar com Min e as Mãozinhas, o primeiro desenho animado em Libras, a Língua Brasileira de Sinais.
Lançada no Youtube no dia 26 de setembro, na celebração do Dia Nacional do Surdo, a animação foi pensada para transpor algumas das barreiras de acessibilidade enfrentadas pelos quase 10 milhões de brasileiros com deficiência auditiva. Segundo o animador e criador do projeto, Paulo Henrique Rodrigues, de 28 anos, além de permitir a inclusão, a animação também foi pensada para ensinar as crianças ouvintes a se comunicar em Libras.
A intenção é desdobrar a história em uma série com 13 episódios. “Cada episódio traz cinco novos sinais, que vão se repetir ao longo da animação para facilitar o aprendizado. Assim, as crianças vão reforçando o vocabulário e, ao final da temporada, terão condições de ver uma história mais complexa”, explica o animador. Paloma aprova a ideia, embasada pela própria experiência: “vejo pelos amigos da Giovanna que eles têm interesse em se comunicar melhor com ela e aprendem muito rápido”.
A animação também foi marcante para as crianças coda (sigla em inglês para Children of Deaf Adults), filhas de pais surdos. Quando Sabrina Lage descobriu a animação, rapidamente chamou a filha Catharina, de 2 anos. “Assistimos juntas pela primeira vez! Ela gostou tanto que pediu para ver repetidas vezes. Ficou fascinada ao reconhecer os mesmos códigos que usamos para nos comunicarmos, como o piscar das luzes”, relata.
A animação também foi marcante para as crianças coda (sigla em inglês para Children of Deaf Adults), filhas de pais surdos. Quando Sabrina Lage descobriu a animação, rapidamente chamou a filha Catharina, de 2 anos. “Assistimos juntas pela primeira vez! Ela gostou tanto que pediu para ver repetidas vezes. Ficou fascinada ao reconhecer os mesmos códigos que usamos para nos comunicarmos, como o piscar das luzes”, relata. Confira vídeos: https://www.youtube.com/channel/UCJtOTvG4EvBGkvtTVVv8Lpg
Publicado originalmente pela Fundação Telefônica