A Bahia registra queda do número de casos de feminicídio em 2021. Levantamento revela que, no ano passado, 93 mulheres morreram, o que representa uma redução de aproximadamente 18% no número de casos em comparação a 2020, que registrou 113 ocorrências. Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) em parceria com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), entre 2017 e 2021, um feminicídio ocorreu a cada 4 dias.
“Em 2017, eram 74, passou para 76 (2018), 101 (2019), 113 em 2020, e 93 em 2021. No período há crescimento de em média de 4,7% por ano”, explica Jadson Santana, economista da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).Entre os fatores que podem explicar a redução no número de mortes, em 2021, Jadson cita o fortalecimento do debate sobre a violência contra a mulher e o aumento no número de denúncias. O crescimento da rede de apoio como as Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (Deams) e as centrais de denúncias, também são aspectos que podem ter contribuído.
Talyta Santos estava casada há 7 anos e quase foi morta pelo marido. “Com um ano de relacionamento ele começou a se mostrar agressivo. Depois de um tempo melhorou, mas voltou a me tratar com agressividade por causa de ciúmes”, conta Talyta.Numa noite de sábado, ele foi buscá-la no trabalho e estava bêbado. “Na volta para casa, ele disse que ia comprar cigarro, só que começou a rodar pela cidade. Quando questionei o que ele estava fazendo, começou a gritar, a me xingar”, conta. Na tentativa de se livrar da situação, Talyta virou o volante do carro provocando uma batida, foi agredida e desmaiou. Ao acordar ela tentou fugir e foi socorrida por pessoas que passavam na rua. Após denúncia na Deam, conseguiu medida protetiva contra seu agressor. “Ele já comprou vários chips para me ligar, faz contas fake no Instagram pra me ameaçar, manda emails. Chegou a ir no meu trabalho armado e eu pedi demissão. Ao primeiro levantar de voz ou xingamento, empurrão ou ciúme, tentar controlar sua roupa, vá embora”.A Polícia Militar, por meio da Ronda Maria da Penha, acompanha o cumprimento das medidas protetivas. “Nós temos 497 assistidas ativas. De janeiro deste ano até anteontem, recebemos 145 novas medidas. Os canais para denúncias são: Ligue 180, Zap Respeita as Mina ( 71 31172815) e 190 para os casos em curso”, conta a major PM Tereza Raquel Araújo.
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