A BNCC estabelece que o letramento científico deva ser desenvolvido ao longo do Ensino Fundamental. A proposta é assegurar o acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da história – por meio, por exemplo, da leitura, compreensão e interpretação de artigos e textos científicos – e também aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação científica.
Eles devem conseguir compreender, interpretar e formular ideias científicas em uma variedade de contextos, inclusive os cotidianos. Mas o documento vai além e considera que o aprendizado de Ciências não ocorre apenas como curiosidade. É essencial desenvolver a capacidade de fazer uso social daquilo que se aprende, ou seja, de gerar um movimento de intervenção que modifique o meio em que a criança ou o jovem vive.
O que mudou?
Nos PCN, não havia citação direta ao letramento científico. Há menções à necessidade de estruturar o pensamento científico, no sentido de “estabelecer relações entre o que é conhecido e as novas ideias, entre o comum e o diferente, entre o particular e o geral, definir contrapontos entre os muitos elementos no universo de conhecimento”. Também há o termo conhecimento científico, como o conjunto da produção científica realizada ao longo dos anos.
Ainda que sem a mesma nomenclatura, os PCN já traziam a indicação de que os alunos deveriam não apenas aprender definições científicas, mas também procedimentos e atitudes de investigação, comunicação e debate de fatos e ideias.
Como ensinar o letramento científico?
“A Amazônia é um laboratório a céu aberto. Ao sair do espaço formal de aprendizagem, os alunos assimilam muito mais conhecimento”, disse o professor Valter Menezes, um dos ganhadores do Prêmio Educador Nota 10 de 2015. Ele colocou os alunos do 9º ano para investigar a causa dos surtos de diarreia e vômito que ocorriam na região onde fica a escola. Juntos, eles descobriram a relação do problema com a falta de saneamento básico no local. Com as informações em mãos, procuraram uma alternativa de tratamento para a água: veja aqui como o trabalho foi feito.
Publicado originalmente no site Nova Escola