A devoção ao Senhor do Bonfim completa 278 anos nesta quinta-feira (12). A maior festa religiosa da Bahia e uma das maiores do Brasil teve início em 1745, quando um grupo de leigos católicos, com objetivo de propagar no país o culto ao Senhor do Bonfim e à Nossa Senhora da Guia. O fundador foi o capitão da Marinha Mercante portuguesa, Teodhósio Rodrigues Farias, que após se salvar de um naufrágio fez promessas de construir um templo nos mesmos moldes do existente na cidade de Setúbal, em Portugal.
A construção durou 9 anos e, em 1754, no dia 24 de junho, a Igreja foi entregue aos fiéis. Era apenas uma capela, mas com a crescente devoção foram realizadas melhorias. Além disso, a região cresceu como área de veraneio da burguesia baiana, recebendo grandes comerciantes, fazendeiros, governadores e o arcebispo. O templo recebeu inúmeras reformas, ganhou pintura no teto e firmou parceria com a cidade de Salvador. A devoção foi responsável pela construção da Avenida Dendezeiros, que leva à Colina Sagrada e da Casa dos Romeiros, espaço para abrigar os fiéis que se dirigiam de todo o Estado e país para o santuário.
Às 8h acontecerá a cerimônia religiosa, denominada “Ato de Fé”, celebrada pelo pároco da Basílica da Conceição da Praia, padre Everaldo Pires da Cruz, e encerrada com o Hino ao Senhor do Bonfim, entoado pelo coral da Basílica. A queima de fogos na Rampa do Mercado anunciará o início do cortejo, com a presença de baianas, autoridades, entidades culturais e população seguindo a pé até a Basílica Santuário Nosso Senhor do Bonfim.
Na Colina Sagrada, o reitor da Basílica do Bonfim, padre Edson Menezes, transmitirá uma mensagem da janela central da igreja, rezará com os fiéis uma oração pela paz e concederá a bênção, apresentando a imagem do Senhor do Bonfim ao público. Em seguida, haverá a lavagem do adro da igreja e o recolhimento de doações de gêneros alimentícios.
A programação religiosa traz como tema “Há 100 anos cantando Glória a Ti neste dia de glória”, em homenagem ao bicentenário do Dois de Julho – a Independência do Brasil na Bahia. “A expectativa é de grande participação de fiéis, uma vez que ficamos dois anos sem a festa. Além da lavagem, destaco a celebração, no último dia da novena (já em curso), da santa missa solene, a principal, que acontece no domingo (15), às 10h30, presidida por Dom Sérgio da Rocha, cardeal arcebispo metropolitano da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, que, em seguida, dará a bênção apostólica com indulgência plenária”, disse o pároco da Basílica do Bonfim.