Não são apenas as escolas públicas que estão com dificuldade para elevar o desempenho e o rendimento de seus alunos. A recente divulgação do principal indicador do sistema educacional brasileiro, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), mostra que, em nenhum nível de ensino, as instituições particulares conseguem atingir as metas propostas pelo governo. Analisando a série histórica, constata-se que o problema persiste há anos.
Dados das escolas particulares
Nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 4º ano), onde a rede privada participa com 18% das matrículas, a última vez que os resultados esperados foram conquistados foi em 2009 – o Ideb é divulgado a cada dois anos.
Nos anos finais do ensino fundamental (5º ao 9º ano) e no ensino médio, a meta foi alcançada pela última vez em 2007.
A participação da rede privada nas matrículas de cada um destes níveis de ensino é de 14,9% e 12,2%, respectivamente.
As metas foram calculadas pelo Inep considerando o estágio de desenvolvimento educacional apresentado em 2005 por cada unidade (escola, município, estado e país).
Rede pública e privada
Ou seja, cada unidade tem uma trajetória a seguir. Isso explica por que a expectativa em relação às escolas particulares é maior que a das escolas públicas.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, a rede pública tinha como meta atingir um Ideb de 5,2, enquanto a rede privada deveria buscar um Ideb de 7,2.
Nos anos finais do EF, esses indicadores eram de 4,4 contra 7,0. E, finalmente, no ensino médio, a expectativa era que as redes alcançassem 4,4 e 6,7, respectivamente.
Observando os resultados por estado, verifica-se que, nos anos iniciais do EF, o Ideb foi atingido em 16 unidades da federação, dentre eles: Acre, Amazonas, Minas Gerais e Espírito Santo. São Paulo, Paraná, Bahia e Rio de Janeiro estão entre os que ficaram abaixo da meta.
Porém, nos anos finais do ensino fundamental, apenas os estados do Acre, Tocantins e Mato Grosso chegaram aos resultados esperados, enquanto no ensino médio nenhum estado conseguiu o feito.
Para atingir patamares elevados na escala do Ideb, as escolas precisam aumentar tanto o número de estudantes com notas boas na Prova Brasil (que mede conhecimentos de português e matemática) quanto o de alunos aprovados.
Os resultados insatisfatórios na rede privada revelam dificuldades principalmente no primeiro aspecto
Para referência, as habilidades mais complexas em português estão concentradas nas pontuações que variam de 325 a 350 no 5º ano, 375 a 400 no 9º ano e 400 a 425 no ensino médio; e em matemática nas pontuações que variam de 325 a 350 no 5º ano, 400 a 425 no 9º ano e 450 a 475 no ensino médio.
Publicado originalmente no site Revista Educação