O ex-goleiro profissional Emerson Ferretti é o mais novo sócio da Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB). Depois do Grêmio, onde iniciou sua carreira, Emerson jogou no Flamengo, América RJ, América de Natal, Ituano, Bragantino, Juventude e Bahia, onde foi ídolo por seis anos, até ser transferido para o Vitória, onde encerrou sua carreira como jogador. De 2010 a 2017, foi o Presidente do Esporte Clube Ypiranga. Em 2014, trabalhou como Coordenador de Esportes do Escritório Municipal da Copa do Mundo FIFA de Salvador e, na sequência, como assessor técnico na Superintendência de Esportes do Estado da Bahia (SUDESB). Em 2019, Emerson integrou o Comitê Organizador da Copa América realizada no Brasil. Desde agosto do ano passado, ele tem atuado como comentarista esportivo na Rádio Transamérica FM. Recentemente apresentado à ACEB pelo vice-presidente da entidade, o ex-jogador Marcelo Ramos, Emerson conheceu o trabalho social realizado pela entidade e prontamente decidiu se associar, a fim de dar a sua contribuição. Para tornar este ilustre sócio da ACEB ainda mais conhecido dos demais acebianos e acebianas, apresentamos o resultado de uma entrevista exclusiva com ele feita por nossa assessoria de comunicação. Confira:
ACEB – Emerson, você sente saudade do tempo em que atuava como jogador profissional?
Emerson Ferretti – A vida de um atleta que tem o privilégio de jogar nos maiores clubes, realmente, é um mundo à parte do mundo “real”, não só pelos valores de salários, que são muito mais altos do que o da população em geral, mas também por toda a exposição na mídia, por toda a responsabilidade que se tem de, por exemplo, jogar as melhores competições. Isso sem contar as portas que se abrem quando se é uma pessoa pública e com uma grande visibilidade e, de certa forma, referência para muita gente. Sinto falta de toda essa vivência e também da adrenalina dos jogos, de entrar no estádio cheio, disputando uma competição. Tudo isso é muito bom e por isso tenho saudade, sim, do tempo de atleta.
ACEB – Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
Emerson Ferretti – Sem dúvida nenhuma, os títulos conquistados. O maior deles foi a Copa do Brasil de 1999, quando atuava pelo Juventude contra o Botafogo, no Maracanã lotado com mais de 100 mil pessoas. Foi marcante não só pela importância do título como também por minha participação significativa. Aquele foi o ápice da minha carreira.
ACEB – Como você avalia sua passagem pela dupla Ba-Vi?
Emerson Ferretti – No Bahia, foram seis anos em uma relação muito intensa de amor e uma afinidade muito grande com o clube. Eu fui o goleiro que mais vezes vestiu a camisa do Bahia na história toda (266 jogos). Pelo Bahia, conquistei três títulos e recebi o Prêmio “Bola de Prata” como o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro de 2001. A conquista do carinho e do respeito do torcedor tricolor, para mim, é um dos meus maiores patrimônios, pois isso não é tão simples nem fácil de conquistar. Tenho um carinho imenso pelo clube. Com o Vitória, foi um tempo menor, apenas um ano e meio, mas também tenho um respeito muito grande pelo rubro-negro, que abriu as portas para eu também mostrar o meu trabalho e por ter me recebido muito bem. Tive a oportunidade de ajudar o Vitória a voltar para a Série A num período em que o time estava em uma situação bem difícil. Eu também estava presente quando o time se sagrou campeão baiano em 2007. Tenho carinho e respeito pelos dois clubes e pelas duas torcidas.
ACEB – Você é formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Gestão Esportiva. Qual a importância desta educação formal e de suas qualificações em sua trajetória?
Emerson Ferretti – Aos 17 anos, eu já estava na Faculdade de Administração em Porto Alegre, mas não pude completar porque, aos 20, estreei como goleiro do Grêmio e tive que optar pelo Futebol, pois não dava para conciliar as duas coisas. Sempre gostei de estudar e sempre considerei importante pelo conhecimento que se adquire. Dois anos antes de encerrar minha carreira na Bahia, eu voltei à graduação em Administração, que finalizei depois da aposentadoria no Futebol. O conhecimento que adquiri foi muito importante pelas atividades que exerci depois do ponto final como atleta. Não é fácil, mas o ideal é que os atletas tentem conciliar os estudos com a carreira, pois, como dizia Evaristo de Macedo, nosso treinador, “conhecimento não ocupa espaço, então quanto mais, melhor.
ACEB – Como avalia sua experiência mais recente como comentarista esportivo?
Emerson Ferretti – Desde 2008, tenho atuado como comentarista esportivo de rádio e tv. Atualmente, estou na Rádio Transamérica. Gosto muito do trabalho de analisar e avaliar futebol, que foi minha realidade a vida toda desde os oito anos de idade. Então, pra mim, esta atividade é um prazer. Faço com muito carinho.
ACEB – De 2010 a 2017, você atuou como Presidente do Ypiranga. Uma das marcas de sua atuação no período foram as ações sociais realizadas pelo Clube. Esta também foi uma experiência positiva?
Emerson Ferretti – Sim. Desde quando eu jogava como atleta, eu procurava fazer ações sociais, tais como distribuição de cestas básicas e ajuda a funcionários dos clubes onde atuava. Especificamente no Ypiranga, promovemos alguns projetos sociais durante os oito anos em que estive como presidente do clube. Pelo Projeto “Canarinho”, patrocinado pela Petrobras, assistimos 500 crianças da Vila Canária (bairro onde fica a sede do clube), com iniciação esportiva e à informática. Sempre incentivamos este tipo de ação na comunidade, que é carente, de modo que o clube pudesse contribuir para melhorar a qualidade de vida daquela população. Foi a possibilidade de continuar ajudando a quem mais precisa que me atraiu para a ACEB.
ACEB – Muito obrigada por esta brilhante entrevista, Emerson. Seja muito bem-vindo à ACEB!