Educação profissional leva 63 brasileiros para competir na Rússia

A partir desta quinta-feira (22) até 27 de agosto acontece a maior competição de educação profissional do mundo, a WorldSkills, que neste ano será realizada em Kazan, na Rússia. Nesta edição, 1.600 jovens de 60 países vão competir por medalhas de ouro, prata e bronze, além de certificados de excelência.

Com delegação de 63 competidores em 56 ocupações, o Brasil tem um bom histórico na competição, principalmente nos últimos anos. A melhor participação do país aconteceu em 2015, na cidade de São Paulo. Na ocasião, os brasileiros conquistaram 27 medalhas e o Brasil terminou na primeira colocação geral. Na última edição, em 2017, o país se manteve no pódio (segundo lugar), com 15 medalhas.

Diretor geral do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Rafael Lucchesi, pensa que o Brasil é um dos favoritos, mas destaca os padrões educacionais e tecnológicos de outros países. “Primeiro é importante salientar que o Brasil está competindo com países que têm renda per capita bem maior que o brasileiro, sistemas educacionais superiores aos nossos e padrões tecnológicos também maiores que os nossos. Feita essa primeira consideração, o Brasil é um dos favoritos”, disse.

Lucchesi ressaltou que o SENAI é o principal parceiro de educação profissional da Rússia, e que essa decisão veio do governo russo.

“O SENAI foi contratado para treinar e capacitar à delegação russa. A Rússia tem 4 mil escolas profissionalizantes. O fato de o Brasil ter sido primeiro lugar na WorldSkills ajudou muito. Foi uma decisão direta do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Uma das prioridades dele é a educação profissional e o parceiro mundial da Rússia na área é o SENAI”, afirmou o diretor.

Formato da competição

As provas de cada ocupação são disputadas em quatro dias. Os competidores precisam demonstrar habilidades, individuais e coletivas para responder aos desafios de suas ocupações dentro dos padrões internacionais de qualidade. 

Para atender todos os critérios da competição, os participantes passam por um longo período de preparação.

“A preparação sempre é feita durante o treinamento, mas quanto mais próximo do evento maior o tempo que nós dedicamos para preparar o competidor para os dias do evento. Para isso, realizamos simulados nos mesmos moldes de como será na competição. Na semana que antecede o evento, é realizado um congresso técnico onde todos os detalhes da competição são repassados pela equipe de coordenação do Brasil, além de treinamento motivacional”, disse André Leopoldino de Souza, técnico de segurança cibernética da delegação brasileira.

A rotina de treinamento dos participantes é rigorosa, com treinos de 8h as 10h, de segunda a sábado. 

“A preparação da delegação brasileira começou oficialmente no dia 14 de janeiro deste ano e finalizou em agosto. Mas antes disso cada competidor brasileiro passou por um rigoroso processo de seleção que começou há dois anos. Em 2017, ocorreram as seletivas estaduais. Em 2018, os vencedores das seletivas estaduais participaram das seletivas nacionais, nas quais os ganhadores formaram a delegação brasileira”, concluiu o treinador.

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