O post, publicado no dia 1 de outubro, acusa a escola de doutrinar crianças do sexto ano com ideologia comunista. Com a sua primeira edição lançada em 1981, o livro conta a história de um jornalista que teve de se exilar do País, após ser perseguido pela ditadura militar – a ficção se inspira na vida do jornalista José Maria Rabêlo, que foi perseguido pela Ditadura e teve de fugir do país com a mulher e sete filhos.
Luiz Puntel, autor da obra, disse nunca ter sofrido nada parecido com o livro, que sempre fez parte dos materiais indicados por escolas particulares de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e algumas escolas públicas. “É lamentável, sobretudo porque a escola, como um espaço de formação de cidadania, precisa construir a criticidade dos estudantes”, coloca.
Para Puntel, não se trata de ser a favor ou contra à ditadura. “Estamos diante de um fato histórico, não de um movimento como classificou o ministro Dias Toffoli. Houve deposição presidencial, fechamento do Congresso, intervenção nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário…depois de 68, se você era preso, não tinha direito a habeas corpus, nada, simplesmente sumia”, relembra.
O autor critica a agenda do Escola sem Partido, uma das ventiladas por Bolsonaro e causadora de perseguições nas escolas. “Quando você fala de Escola sem Partido e não permite o contraditório, você toma partido. Estamos falando de aumentar o senso crítico dos estudantes. Omitir esse tipo de discussão é um desserviço à educação”, lamenta Puntel, que também veiculou um vídeo nas redes sociais.
Publicado originalmente no Site Carta Educação