“Diminuir a evasão escolar e a repetência são os maiores desafios da educação básica na Bahia”, diz Manoel Calazans

Combater a evasão escolar e a repetência, problemas já existentes, mas agravados pela pandemia, são hoje as grandes metas do Governo Rui Costa na educação, afirma Manoel Calazans, superintendente de Políticas para a Educação Básica da Secretaria da Educação (SEC). “Uma das coisas que a pandemia trouxe com muita dureza pra gente é a evasão escolar, muita gente desistiu da escola, ou porque não conseguiu se adaptar ao ensino remoto, ou porque foi trabalhar, e a crise econômica do país potencializou isso. Muita gente foi para o mercado informal por conta disso”, explicou, em entrevista ao programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM (104,7 FM), comandado pelo editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra

Ele destacou a criação de três programas do Estado, nas áreas de assistência estudantil e melhora da aprendizagem, que têm como objetivo reverter o quadro. São eles o ‘Mais Estudo’, o ‘Bolsa Presença’ e a disponibilização de vale-alimentação.Criado no auge da pandemia, no Programa Bolsa Presença, estudantes da rede estadual em condições de vulnerabilidade socioeconômica recebem um auxílio financeiro para permanecer na escola. Cada família tem o direito de receber R$ 150 por mês, acrescido de R$ 50 a partir do segundo estudante matriculado na rede estadual de ensino. O governo anunciou que, em 2022, o investimento será superior a R$ 675 milhões, contemplando 301 mil famílias e 341 mil estudantes. 

Recentemente, o governador Rui Costa sancionou uma nova Lei, que passa a reconhecer o programa como uma política de Estado, tornando-o permanente.”Esse programa foi significativo e tem sido porque ele continua até hoje, valorizando e incentivando as famílias para que mantenham seus filhos nas unidades escolares. É o programa mais importante que o Brasil fez durante esse período da pandemia”, afirma Calazans. Outro programa lembrado por ele, o Mais Estudo oferta uma bolsa de R$ 100 por mês para que os próprios estudantes possam dar monitoria em Língua Portuguesa, Matemática e Iniciação Científica aos colegas. A seleção dos monitores, que devem ter média igual ou superior a oito, no ano anterior, começou na segunda-feira (16) e vai até 27 de maio. São ofertadas 52 mil vagas.

“Este programa já existe desde 2019, para estudantes da rede estadual com nota em português e matemática com nota superior ou igual a oito, é um programa no qual o estudante auxilia seu colega nas atividades docentes, juntamente com o professor. Sabemos que a aprendizagem se dá apenas de forma vertical, do professor para o aluno, mas existe também uma aprendizagem horizontal, em pares. Os estudantes conversam, dialogam, é muito importante quando a gente tem um programa que incentiva isso”, ressalta o superintendente.Outras medidas citadas por Manoel para combater a evasão e a repetência na pandemia foi a criação dos cadernos de aprendizagem, que atendeu, sobretudo aos estudantes da zona rural, onde a tecnologia tem mais dificuldade de chegar. De acordo com ele, disponibilizar material impresso, além dos recursos digitais como aulas remotas via TV, tablets e internet, é importante devido às características da rede estadual da Bahia, que conta com zona rurais. Segundo Calazans, atualmente, o governo atende a quase 2 mil pontos de escolas estaduais.

“Temos alguns fatores que precisamos reverter: primeiro, a permanência do aluno na escola. Nós temos um estado pobre, com diversas questões sociais. Esses projetos, essas políticas do Estado, diminuem a repetência, a evasão, ao passo que melhoram a condição de acesso do estudante”, pontua.No entanto, para ele, o Estado não deve ser a única organização responsável por atuar na garantia e fortalecimento da educação. O superintendente ressalta que a família e a sociedade, como um todo, têm papel fundamental neste processo, e diz que, apesar dos desafios, a Bahia vem alcançando bons resultados.”Costumo dizer que a educação é uma grande pactuação social, é importante que a família, o Estado, todos estejam engajados nessa grande meta. Educação a gente não resolve em 10, 15, 20, 30 anos, é um processo histórico, herdado de uma dívida que o Estado brasileiro tem, principalmente com as famílias mais pobres […] Mas a Bahia segue firme e bem, a gente melhorou muito o fluxo escolar na rede estadual e acreditamos que os próximos indicadores já vão trazer resultados positivos para o estado”, aposta.

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