A diferença salarial nas
contratações entre homens e mulheres passou de R$ 890,75, em 2018, para R$
905,58, em 2019, no estado da Bahia, representando uma alta de 1,7%. Foi o
segundo ano seguido em que a desigualdade aumentou já que, entre 2017 e 2018, a
discrepância cresceu 7,5%. No período de dois anos, a alta foi de 9,3%.
O levantamento foi feito pelo Quero Bolsa , plataforma de vagas e bolsa de
estudo no ensino superior, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), em virtude do Dia Internacional da Mulher, celebrado no
dia 8 de março.
O salário médio das profissionais femininas com ensino superior foi de R﹩ 2.196,86. Isso corresponde a
apenas 70,8% do salário dos homens na mesma situação, que foi de R﹩ 3.102,44. É a menor proporção
desde 2016.
Apesar das carreiras de ensino superior apresentarem uma remuneração 98,8%
maior em relação às profissões sem graduação, a desigualdade se agrava nos
níveis mais altos de ensino. Em contratações sem diploma, o salário das
mulheres foi de R$ 1.105,30 correspondendo a 81,6% dos homens. Entretanto,
mesmo com salários menores, mulheres com diploma de nível superior são
contratadas em maior número. Foram 31.034 vagas preenchidas por profissionais
do sexo feminino contra 19.610 por profissionais masculinos .
Na Bahia, mulheres receberam salários menores em 8 das 10 carreiras de ensino
superior com maior saldo de contratações. Entre as 10 carreiras de ensino
superior com maior geração de postos de trabalho, mulheres recebem salário
menor em cinco delas e salário maior nas outras cinco. Entretanto, a diferença
maior está nas carreiras que as mulheres recebem menos. A maior desigualdade
identificada foi para cargo de Engenheiro Mecânico, com o salário feminino
correspondendo a 89,8% do masculino.
Confira a proporção do salário feminino em relação ao masculino:
• Engenheiro Mecânico – 89,76%
• Avaliador Físico – 92,07%
• Cirurgião Dentista – 92,25%
• Fisioterapeuta Geral – 97,47%
• Advogado – 98,67%
• Farmacêutico – 100,62%
• Enfermeiro – 101,18%
• Nutricionista – 103,31%
• Psicólogo Clínico – 105,04%
• Assistente Social – 105,64%
Mulheres são maioria no ensino superior
Apesar de receberem um salário proporcionalmente menor, na Bahia, as mulheres
são maioria no ensino superior, com 268.275 matriculadas (60,8%) contra 172.920
homens. Elas também são maioria na pesquisa científica, com 63,3% do total dos
estudantes com iniciação científica. As informações sobre graduação foram
levantados pelo Quero Bolsa, utilizando os dados do Censo da Educação Superior
de 2018 do INEP, edição mais recente.