“É inaceitável que, enquanto o país se preocupa em salvar vidas, reerguer a economia e garantir empregos, alguns políticos aproveitem para emplacar medidas que só pioram a vida de setores da sociedade”. Essa indignação é do deputado estadual Bobô (PCdoB), ao se referir ao PL 1.013/20, aprovado pela Câmara dos Deputados, no dia 17. A matéria segue para análise do Senado. De autoria do deputado federal Hélio Leite (DEM/PA), o projeto suspende o pagamento do parcelamento de dívida dos clubes durante a pandemia de coronavírus.
Segundo o parlamentar, o problema é que o relator do PL, deputado Marcelo Aro (PP-MG) e também dirigente da CBF, incluiu a revogação do artigo 57 da Lei Pelé. “Se refere às contribuições para a assistência social e educacional de atletas profissionais, ex-atletas e atletas em formação. Um benefício garantido por entidades esportivas, como a FAAP e AGAP Bahia, após repasse dos clubes”, pontua.
Impedir o abuso – A Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP) explica que essa assistência existe há mais de 45 anos. Ela ajuda na qualificação profissional de atletas, depois que encerram suas carreiras; garante auxílios financeiros na forma de cestas básicas para ex-atletas desempregados e sem condições de trabalho; compra de medicamentos; exames laboratoriais, pequenas cirurgias; auxílio funeral e pagamento das contribuições previdenciárias para atletas desempregados, com idade acima de 50 anos, para lhes garantir aposentadoria.
“Vamos mobilizar esportistas e as entidades esportivas para atuarmos juntos ao Senado. Temos que impedir esse absurdo, pois os atletas têm uma vida profissional curta e não podem ficar sem assistência. Assim como os ex-atletas, que estão sofrendo e sem ajuda dos poderes públicos e dos clubes onde atuaram”, afirma Bobô.