A Casa da Educação Anísio Teixeira celebra terça-feira, dia 8, cinco anos de refundação, em Brasília. Nesse período, a entidade realizou o Projeto Curta Maria Kids, que já doou cerca de 3 mil brinquedos a estudantes e crianças em contextos de vulnerabilidades, em parceria com a Loja de Brinquedos RI HAPPY. Outro projeto de sucesso é o Curta Maria – por um mundo sem violência contra mulheres e meninas, alcançando mil jovens de escolas públicas, por meio de oficinas e produção de vídeos sobre a Lei Maria da Penha.
Os vídeos, produzidos por estudantes, são julgados por uma comissão técnica, incluindo às vezes mulheres vítimas de violência, e são premiados os três melhores.
Pela sua atuação, a Casa abriu os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência clContra Mulheres e Meninas, da ONU.
Em 2016, um dos estudantes e instrutor das oficinas, Marcelo Sant’ Ana, foi Jovem Embaixador nos Estados Unidos, realizando o relato do Curta Maria. O projeto está sendo objeto de monografia da estudante Gislaine Vilhas Voas, do Curso de Direito da Universidade do Paraná.
Segundo Maria José Rocha (Zezé), a refundação em Brasília teve três grandes incentivadores: a Psicanalista Maria Elena Rodrigues da Silva, o advogado Vicente Pegoraro e a professora doutora Heloísa Cavalcante (in memoriam), docente no Curso de Direito do Uniceub, que elaborou o seu estatuto.
Concorreram ainda para a refundação a professora Rosaura Azevedo (in memoriam), ex- diretora do Colégio Dom Bosco, em Brasília; o delegado e jornalista Miguel Lucena Filho; a professora da rede pública do DF e do Colégio Dom Bosco Lucinéia Nepomuceno e a professora Maria Helena Medina Pegoraro, professor Erlando Alves e os estudantes da Lucas Vicente Rocha Lima de Lucena e Ivan Montelo, hoje já formados.
A Casa da Educação havia sido criada na década de 90, em Salvador – Bahia, sob a direção de Maria José Rocha – Zezé.
Desde a sua fundação, a entidade realizou grandes Campanhas do Movimento Anísio Teixeira em Defesa da Escola Pública e projetos educacionais relevantes.
A casa tinha uma coordenação de professores como Rosangela Maciel Leite, Deise Oliveira e Terezinha Barros, que anos depois foi secretária da Mulher em Lauro de Freitas. Participavam ainda estudantes, intelectuais e artistas, como a escritora Mabel Veloso, que torcia para que a casa fosse transformada na Fundação Adroaldo Ribeiro Costa, em reconhecimento ao grande fundador da Hora da Criança. Também participaram da Casa da Educação os escritores, cantores e compositores Edson Gomes, Célia França, Jota Veloso e Roberto Mendes, entre outros.
A Casa da Educação organizou dois grandes Congressos Pós- Construtivistas de Educação, que reuniram 3 mil participantes, em parceria com a Universidade Católica de Salvador, que tinha como Reitor José Carlos Almeida, dirigente da instituição durante 28 anos, foi membro do Conselho Nacional de Educação e recebeu Diploma de Educador do Ano de 1991, pelos serviços prestados à causa da educação; e fez parceria com a Universidade Federal da Bahia, que tinha como Reitor Felipe Serpa (in memoriam).
A instituição criou o Projeto Escreveu, não leu, alfabetize!(1993) e realizou com a UNESCO, em parceria com a Universidade Católica, Grupo de Estudos sobre Educação Metodologia de Pesquisa e Ação – Geempa – e Prefeitura de Salvador um Programa de Alfabetização para capacitação e acompanhamento de 200 professores alfabetizadore (1994). Também realizou colóquios importantes, visando à formação de professores, com a participação de Emilia Ferreiro, educadora argentina rsdicada no México, que produziu uma das principais obras do século XX sobre Psicogênese da Língua Escrita; e Sara Pain, professora da Universidade Paris XIII e da Faculdade de Psicologia em Tolouse.
Teve ainda o Clube do Filme, para professores e estudantes, inspirado na experiência de José Antonio Rocha e saraus culturais.
Na luta em defesa da Mulher, a Casa da Educação apoiou iniciativas parlamentares relevantes como o Projeto Palavra de Mulher, que homenageou 100 lideranças femininas baianas, em 1995, na Assembleia Legislativa da Bahia, e realizou forte campanha pela criação da Comissão Especial de Defesa dos Direitos das Mulheres, na Assembleia Legislativa, sendo a primeira comissão criada no Brasil.
*Publicado originalmente no site Planauto em Pauta
**Esse artigo não reflete necessariamente a opinião da ACEB.