Candidatos ao Governo fazem propostas genéricas para a Educação

A divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), no início de setembro, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), acendeu um alerta para a qualidade da educação pública na Bahia e as intervenções e planos propostos para a área pelos candidatos ao governo do Estado nas eleições de 2018.

O 5º ano do Ensino Fundamental foi a única série, das três avaliadas, em que o estado apresentou resultado positivo ao obter nota 4.7 em 2017, superando tanto a meta deste ano, de 4.1, quanto a de 2019, de 4.5. No 9º ano, última série do Ensino Fundamental 2, a Bahia obteve nota 3.4, 0.7 a menos que a meta de 4.1. No que se refere ao Ensino Médio na rede pública estadual, o estado segue uma decrescente. De 3.0 pontos em 2011, o Estado caiu para 2.7 em 2017.

O tema é pauta presente nos planos de governo dos seis candidatos ao governo da Bahia. A educação integral, cujo conceito compreende que a educação deve garantir o desenvolvimento dos sujeitos em todas as suas dimensões, tanto intelectual, quanto física, emocional, social e cultural, é abordada nas propostas do candidato à reeleição Rui Costa (PT), da candidata Célia Sacramento (Rede) e de Marcos Mendes (Psol).

A educação profissional foi abordada por cinco candidatos. João Henrique (PRTB) propõe ampliar a formação e qualificação profissional; João Santana (MDB) defende a implantação de ensino técnico profissionalizante em turno integral regionalizado; Zé Ronaldo (DEM) afirma que aliará a formação geral com a formação profissional integrada, para que os alunos saiam das escolas com uma profissão e condições de empregabilidade; no plano de governo de Célia Sacramento, ela defende a priorização da formação profissional no ensino médio com ênfase no empreendedorismo e inovação; e Rui Costa promete implantar no mínimo um curso de formação profissional em cada unidade escolar do Ensino Médio até 2022.

Propostas de melhoria das infraestruturas das escolas do estado estão presentes em três planos de governo. João Santana defende a reformulação das instituições e qualificação permanente da estrutura física das unidades escolares em todos os níveis. João Henrique promete intensificar a requalificação da infraestrutura através de reformas físicas e a implementação de equipamentos. Entre as propostas do candidato Rui Costa, está a de infraestrutura adequada aos desafios das políticas educacionais, que prevê intervenções de infraestrutura física e lógica, a partir das especificidades dos programas e projetos que constituem o Novo Perfil de Oferta, para formação integral do estudante do Ensino Médio.

Três postulantes ao Palácio de Ondina contemplam a alfabetização entre suas promessas de governo. A ex-vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento, pretende “erradicar o analfabetismo no Estado da Bahia no período de quatro anos, através do Programa Bahia Alfabetizadora”. Rui defende a continuidade do Programa Todos pela Alfabetização (Topa) e pretende alfabetizar 100 mil pessoas em 84 municípios que apresentam altos índices de analfabetismo. Já João Henrique promete a manutenção e ampliação do Topa.

O salário, a formação e valorização dos professores da rede estadual são pautados por quatro candidatos. Marcos Mendes promete uma reformulação da carreira e da tabela salarial, através do investimento na formação e aprimoramento do professor. Mendes é o único candidato que garante realização de concurso na área da educação. Zé Ronaldo pretende investir na formação continuada dos educadores e o pagamento de bônus nos salários dos professores, a partir dos resultados obtidos pelos alunos. João Henrique afirma que pretende discutir junto com representantes do professores a questão salarial e a valorização do magistério e dos profissionais da educação. Rui Costa promete ofertar pós-graduação para 3 mil professores, até 2022, e ofertar assistência e apoio à saúde mental e emocional dos educadores.

Uma nova edição do Ideb acontece em 2021, ano que corresponde à metade do mandato do governador da Bahia a ser eleito em outubro deste ano. O novo governante terá entre os desafios da gestão as metas estipuladas pelo Inep: 4.8 entre os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental 1, 4.6 para os estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental 2 e 4.5 para os concluintes do 3º ano do Ensino Médio.

O Bahia Notícias utilizou como base para esta matéria os planos de governos dos candidatos disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O candidato Orlando Andrade de Jesus (PCO) não possui plano de governo registrado. Por esse motivo, suas propostas não foram citadas.

Fonte: Bahia Notícias