Valorização da tradição presente nas brincadeiras da época dos nossos pais e avós; enriquecimento cultural; aprimoramento da coordenação motora fina; desenvolvimento da consciência corporal; estímulo à criatividade e integração social são alguns dos objetivos do Projeto “Brincadeiras de antigamente”, que a Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB) acaba de lançar. Uma oficina gratuita de construção de pipas será a primeira ação do projeto “e servirá como um instrumento de socialização e de estímulo ao aprendizado”, resumiu a Presidente da ACEB, Marinalva Nunes. Posteriormente, a entidade pretende promover um grande Festival de Pipas em Salvador.
A primeira oficina será realizada na Praia do Flamengo no dia 11 de outubro com o apoio da Barraca Pipa. Crianças de 6 a 14 anos de idade, moradoras do Litoral Norte de Salvador e de Lauro de Freitas poderão participar, mediante inscrição prévia, que poderá ser feita no site da ACEB. As vagas serão limitadas. Além da carteira de identidade da criança e da mãe ou pai que for acompanhá-la, é preciso apresentar comprovante de residência e de matrícula escolar no ato da inscrição. Na oficina, as crianças receberão instruções sobre como empinar o brinquedo, com um alerta especial para a utilização responsável, que inclui a abolição total do uso de tempero, cerol ou similares. As criações mais criativas serão premiadas. Além disso, as pipas, construídas pelos participantes com o material fornecido pelo projeto, permanecerão com seus criadores após o evento.
“Este será um projeto-piloto da ACEB, mas nós pretendemos desenvolver outros com o mesmo propósito: resgatar alguns dos jogos e brincadeiras do passado, oferecendo lazer através da vivência e integração, características de brincadeiras de crianças de antigamente”, ressaltou Marinalva. Além de ser um instrumento de envolvimento das crianças que moram na região de transição entre Salvador e Lauro de Freitas, a atividade lúdica proposta pela ACEB servirá para integração entre a criança, sua família e demais membros da comunidade.
Estímulo à criatividade – Empinar arraia (pipa), pular corda, amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, baleado e pular elástico são algumas das muitas brincadeiras que fizeram a alegria das crianças de todo o Brasil durante décadas. Em todas elas, a criatividade é um elemento-chave. Sobre este aspecto, o diretor administrativo da ACEB, Emanuel Rodrigues, destaca que “antigamente, a reduzida disponibilidade de brinquedos prontos e a ausência de eletrônicos faziam as crianças soltar a imaginação e inventar brincadeiras, construindo os próprios brinquedos. Bastava alguns riscos de giz no chão para fazer uma amarelinha e garantir uma tarde toda de diversão”, frisou.
As brincadeiras desempenham um papel fundamental no desenvolvimento das crianças. “Brincar ajuda os pequenos a aprender importantes conceitos, tais como cooperação, partilha, trabalho em equipe, perder e ganhar e ter respeito pelos colegas”, lembra Emanuel. Porém, nas últimas décadas, as brincadeiras mudaram drasticamente. Os brinquedos simples cederam espaço para as inovações tecnológicas e as brincadeiras antigas transformaram-se em jogos de videogame, smartphones e tablets. Para fazer uma contraposição positiva a esta realidade e ressignificá-la, a ACEB decidiu propor um resgate de brinquedos como a pipa, que tem uma grande relevância histórica.
A pipa – Originada na China antiga e costume tradicional das crianças da Bahia, a pipa é um brinquedo de fácil e rápida fabricação, que voa baseado na oposição entre a força do vento e a corda segurada por seu operador. Ela é formada por uma estrutura rígida de bambu ou plástico, armada com linhas e fitas adesivas, capaz de suportar um corpo plano de papel, pano ou plástico que assume a função de asa e a sustenta. Geralmente, as pipas contêm uma rabiola, que é um adereço colorido feito de cordão, fitas plásticas finas ou papel, que fica preso na parte inferior do brinquedo para proporcionar estabilidade.
Demais informações, ligar para (71) 3013-7872.