Cada vez mais envolvida com causas relacionadas à defesa do Meio Ambiente, a Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB), confirmou a participação, ao lado de representantes do Redemar Brasil, no Ato pacífico “Abrace a Restinga”, que está marcado para este sábado (24), a partir das 10 horas, na praia de Stella Maris. O movimento, organizado por grupos de moradores de Stella Maris e Praia do Flamengo, pretende chamar a atenção da população para a necessidade de garantir sustentabilidade e preservação da natureza na obra de requalificação que está sendo realizada na localidade pela prefeitura de Salvador. O ponto de encontro será em frente ao ex-restaurante do Alemão, no final da rua Monsenhor Francisco Paiva Marquês. Os organizadores pedem aos participantes que usem máscaras de proteção facial, levem álcool gel no bolso, vistam-se de branco e levem seus cartazes.
Segundo integrantes dos grupos Salve Stella Maris, Guardiões do Litoral, S.O.S Stella Maris e Ações Atella-Flamengo, a prefeitura afirma que não há restingas na região e, para mostrar que isso não é verdade, a solução encontrada foi um “abraço coletivo”, ainda que entre aspas, já que diante das atuais circunstâncias, é preciso manter o distanciamento social. Além de combater a supressão de vegetação para construção de quadras e quiosques, o movimento é contra a instalação de contenção artificial contra erosão, já que a manutenção da restinga é a melhor forma de redução da erosão.
Os objetivos do ato são: manter/recuperar a vegetação local composta de restinga, coqueiros e cactos; cuidar e preservar a fauna local; evitar a pavimentação asfáltica em todas as áreas do entorno da borda marinha por meio da instalação de piso intertravado; garantir a colocação de lixeiras em pontos estratégicos e deiluminação adequada, voltada para o continente, evitando interferência na vida dos animais, a exemplo das tartarugas; construir uma ciclovia; evitar a construção de equipamentos de alvenaria e concreto (bares/restaurantes, quadras e congêneres) e criar pistas de acessibilidade para pessoas com deficiência feitas em materiais naturais, a exemplo de eco madeira.
De acordo com a coordenadora de empreendedorismo e ação social da ACEB, Anne Cristina Nogueira, que por muitos anos morou na região, o anseio pela obra de requalificação da orla é antigo. Contudo, é necessário que o poder público escute os pedidos da comunidade, a fim de garantir a preservação da vegetação, fauna, lagoas e de toda a riqueza natural presente em Stella Maris. “O desenvolvimento é bem-vindo, mas ele precisa ser sustentável”, frisou a acebiana.
Segundo uma das integrantes do grupo Salve Stella Maris, Iasmim Gargur, a prefeitura demorou para divulgar o projeto corrigido e não aceitou as propostas alternativas oferecidas pelos técnicos da comunidade. “Participamos de reuniões e audiências com representantes da prefeitura, mas os prazos dos retornos à comunidade não são cumpridos. Faltam diálogo, clareza e transparência do poder público para com os moradores. Por isso, decidimos, pela primeira vez, organizar um Ato Público. Queremos soluções”, declarou.