Retorno das aulas: onde há fumaça, há fogo

Está no ar o burburinho de que as autoridades da educação planejam a retomada do ano letivo presencial. Esse retorno é um pleito de setores que desejam a volta à normalidade, mesmo que ainda não haja recomendação sanitária para que isso ocorra. A situação é preocupante, pois sem a devida recomendação, a retomada pode expor profissionais da educação, estudantes e seus familiares, uma vez que sequer comprovadamente atingiu-se o pico da pandemia do coronavírus.

No âmbito do Poder Executivo Estadual, o Decreto nº 19.528, de 16 de março de 2020 instituiu o trabalho remoto para servidores de 60 anos ou mais; ou que tenham histórico de doenças respiratórias e doenças crônicas; servidoras grávidas e servidores que utilizam medicamentos imunossupressores.

A medida visou salvaguardar a integridade dos trabalhadores. O pessoal que possui as comorbidades citadas devem preencher formulário para que o governo tenha conhecimento da condição. Para tanto deve acessar: http://institucional.educacao.ba.gov.br/noticias/decreto-institui-trabalho-remoto

Ainda que as medidas protetivas sejam relativizadas para o retorno às aulas, a quantidade do efetivo pode inviabilizar a ação. Outro aspecto a ser levado em consideração é uma possível elevação do distanciamento entre os estudantes das grandes escolas da rede privada, que utilizam caros recursos de educação à distância, e as escolas menores e da rede pública, o que impõe uma maior elitização da estrutura social brasileira.

Apesar de serem apenas rumores, é preciso dar atenção a este debate, uma vez que o Ministério da Educação ignora opiniões científicas e tende a ceder à pressão de grandes empresas do setor. A sociedade civil organizada não pode deixar de denunciar a situação. A ACEB busca a equidade no tratamento a escolares, independentemente do tamanho e da estrutura de suas escolas. E você, acebiano, o que pensa sobre o retorno das aulas? Sua opinião é importante para nós. Deixe o seu comentário!